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Haddad defende espera por acordo entre Mercosul e União Europeia

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União europeia, UE

Foto: Pixabay

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que um eventual adiamento no acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode favorecer a conclusão do tratado. Haddad ressaltou que é fundamental dedicar um tempo maior para esclarecer aos agricultores europeus que eles não sofrerão prejuízos com o pacto.

“Acredito que vale a pena insistir um pouco mais nessa percepção. Não haverá prejuízo, nem para os agricultores italianos, nem para os franceses”, afirmou o ministro durante um encontro com jornalistas, antes da Comissão Europeia confirmar o adiamento da assinatura do acordo para janeiro.

A formalização do acordo, que estava agendada para este sábado (20) durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR), enfrentou resistência de países europeus, especialmente França e Itália, devido à pressão de agricultores contrários ao tratado.

Em sua conversa com a imprensa, Haddad mencionou ter enviado uma mensagem ao presidente francês Emmanuel Macron, enfatizando que o acordo transcende o aspecto comercial, possuindo também relevância geopolítica. “O que está em jogo é um acordo político, que envia um sinal claro ao mundo de que não podemos regressar a um ambiente de tensão entre blocos fechados”, declarou.

O ministro destacou que a proposta inclui salvaguardas, o que, segundo ele, elimina a possibilidade de prejuízos econômicos para os agricultores europeus. Ele também atribuiu parte da resistência à exploração política de sensibilidades internas e afirmou que, se os europeus necessitam de “pouco tempo” para esclarecer a situação à opinião pública, “vale a pena esperar”.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que teve uma conversa telefônica com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que, embora não se oponha ao acordo, enfrenta desafios políticos internos e solicitou um prazo de até um mês para convencer os agricultores italianos. “Ela pediu paciência de uma semana, dez dias, no máximo um mês”, relatou Lula.

A França, uma das principais oposições ao acordo, tem buscado apoio de outros países para postergar a assinatura. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que a formalização do tratado foi adiada para janeiro.

O acordo Mercosul-União Europeia, em negociação há mais de 20 anos, pretende criar uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo cerca de 722 milhões de consumidores e um Produto Interno Bruto combinado de aproximadamente US$ 22 trilhões.