Economia3 min de leitura

Dólar atinge menor cotação desde junho de 2024 e Bolsa registra 12º recorde consecutivo

Expectativas sobre a política monetária dos EUA impulsionam valorização do real e do mercado acionário brasileiro.

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Dólar atinge menor cotação desde junho de 2024 e Bolsa registra 12º recorde consecutivo

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SÃO PAULO, SP - O dólar apresentou queda de 0,62% nesta terça-feira (11), encerrando o dia cotado a R$ 5,273, o menor valor em aproximadamente um ano e meio. Essa desvalorização da moeda americana foi impulsionada pelo possível fim da paralisação do governo dos Estados Unidos, conhecida como "shutdown".

Esse é o menor valor registrado para o dólar desde 6 de junho de 2024, quando a cotação fechou em R$ 5,254, conforme informações da Bloomberg.

Além disso, a Bolsa de Valores brasileira também teve um desempenho positivo, alcançando seu 12º recorde consecutivo e fechando em alta de 1,77%, aos 158.015 pontos. Durante o pregão, o índice Ibovespa chegou a atingir 158.467 pontos.

Este é um marco histórico, pois é a primeira vez que o Ibovespa ultrapassa a marca de 156 mil pontos, além de 157 mil e 158 mil pontos. O otimismo no mercado é sustentado pelas expectativas em relação à taxa Selic e à divulgação da ata da última reunião do Copom, juntamente com dados de inflação do IPCA.

A valorização dos ativos brasileiros é reflexo de um apetite global por investimentos considerados mais arriscados. Essa tendência começou na noite de segunda-feira (10), após o Senado dos Estados Unidos aprovar um projeto de lei para restaurar o financiamento das agências federais.

Com 60 votos a favor e 40 contra, o Senado deu um passo inicial para encerrar a maior paralisação da história do governo norte-americano, que começou em 1º de outubro. Para os mercados, o fim da paralisação traz a promessa de normalização, já que deixou centenas de milhares de servidores sem remuneração e atrasou voos.

A paralisação também afetou a divulgação de dados econômicos cruciais, o que poderia atrapalhar a continuidade do ciclo de cortes de juros, mencionado pelo presidente do Fed, Jerome Powell. Fernanda Campolina, sócia da One Investimentos, acredita que, com o fim do shutdown, o Fed poderá se sentir mais à vontade para realizar novos cortes em 2025, beneficiando mercados emergentes como o Brasil.

O projeto agora segue para a Câmara dos Representantes, onde se espera aprovação até quarta-feira (12), antes de ser enviado para sanção do presidente Donald Trump. A medida garante o financiamento federal até 30 de janeiro, mantendo o governo em uma trajetória de crescimento da dívida pública, que já ultrapassa US$ 38 trilhões.

Normalmente, reduções nas taxas de juros nos EUA são favoráveis aos mercados globais, pois a economia americana é considerada a mais robusta do mundo. Quando os juros caem, os investidores tendem a diversificar seus portfólios, buscando alternativas em mercados com taxas mais elevadas, como o Brasil.

Além disso, a ata do Copom divulgada recentemente acentuou o otimismo ao indicar que a manutenção da taxa básica de juros em 15% por um período prolongado é fundamental para alcançar a meta de inflação. O documento reconheceu uma moderação na atividade econômica e uma leve diminuição nas expectativas de inflação.

O mercado está agora na expectativa de que o primeiro corte na taxa Selic oc