Irmão de Joesley Batista critica informações distorcidas sobre o Brasil para Trump

LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) - Após a abertura de diálogo entre os governos brasileiro e americano sobre as tarifas de Donald Trump, José Batista Junior, o primogênito da família Batista, avaliou que a polarização política no Brasil influenciou a crise atual. Conhecido como Júnior Friboi, o empresário do setor de carnes comentou sobre o encontro de seu irmão, Joesley, com o presidente dos EUA, ocorrido em setembro.

Durante uma entrevista nesta sexta-feira (31) em um evento do Lide em Londres, Júnior revelou que o objetivo da conversa foi esclarecer a magnitude das operações da família nos Estados Unidos. Ele destacou que Joesley se esforçou para apresentar a realidade brasileira ao presidente americano. "Muita coisa que estão dizendo para o governo americano não é verdade", afirmou.

Em julho, quando Trump anunciou tarifas sobre produtos brasileiros, ele mencionou especificamente o caso do presidente Jair Bolsonaro em meio a investigações que envolvem o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, em Washington. Ao ser questionado sobre se Trump havia sido enganado ao decidir pela sobretaxa, Júnior disse que a polarização política pode ter influenciado a apresentação de informações.

"Não digo que enganou, mas algumas conversas não são compatíveis com a realidade do que estamos passando. O Brasil é um país pacífico", explicou Júnior. Ele também comentou os impactos econômicos das tarifas. Enquanto a sobretaxa é negativa por dificultar vendas, ele acredita que abriu novas oportunidades de mercado, especialmente na Ásia, onde países como China, Indonésia e Vietnã estão buscando alternativas para substituir produtos americanos.

Apesar das dificuldades, Júnior destacou que ainda é viável exportar para os EUA devido à diferença de preços. Ele exemplificou que o preço da arroba do boi nos EUA é de US$ 120, enquanto no Brasil é de US$ 60, o que torna a carne brasileira atraente para o mercado americano.