Sóstenes Cavalcante se defende após operação da PF e critica dados do Coaf
Deputado afirma que R$ 430 mil encontrados em sua residência são de venda de imóvel

Na última sexta-feira, 19, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), negou qualquer irregularidade e classificou a investigação como uma perseguição política. Ele alega que a ação visa desviar a atenção de possíveis escândalos do governo Lula.
Em coletiva de imprensa no Salão Verde da Câmara, Sóstenes explicou que os R$ 430 mil em dinheiro vivo apreendidos em sua residência são resultado da venda de um imóvel, sendo um pagamento legítimo. O deputado enfatizou que a transação foi feita em espécie a pedido do comprador e que não há nada de ilícito na relação com a empresa que aluga carros para seu gabinete, um dos alvos da investigação.
“Semana passada finalizei a venda do meu imóvel, e o comprador optou por me pagar em dinheiro. Quando percebi que o valor estava etiquetado, não vi nenhuma irregularidade. Embora não tenha feito o depósito, isso foi apenas um lapso”, declarou.
O deputado também criticou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que detectou movimentações financeiras atípicas envolvendo assessores do PL, totalizando cerca de R$ 18 milhões. Além de Sóstenes, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também foi alvo da operação.
Segundo ele, o Coaf não considera a natureza das transações e apenas soma valores ao longo do tempo. Sóstenes argumentou que seu motorista possui múltiplas fontes de renda, o que justifica os altos valores em sua conta bancária.
“Eu só alugo um carro deles, que sempre está comigo ou com meu motorista. Uso um Corolla usado para economizar na cota. Seria lavagem de dinheiro se eu não utilizasse o carro, mas sempre o faço”, afirmou.
O deputado se mostrou confiante, afirmando que não tem nada a temer, e aproveitou a coletiva para desafiar membros do governo que estão envolvidos em escândalos recentes.
Ele se referia a uma operação da PF realizada no dia anterior, 18, que investiga novos desvios de aposentadorias, com implicações em pagamentos relacionados ao empresário Antônio Camilo Antunes, próximo do presidente Lula.
Um assessor de Sóstenes, Adailton Oliveira dos Santos, é mencionado na investigação com movimentações financeiras expressivas, somando R$ 11 milhões em créditos e R$ 11 milhões em débitos, levantando suspeitas sobre a utilização de recursos públicos destinados à cota parlamentar.
A investigação revelou que parte considerável dessas transações é de origem e destino desconhecidos, apontando para um possível esquema de desvios de recursos.