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Bolsa de Valores atinge 161 mil pontos pela primeira vez; dólar registra queda com dados industriais

Cenário econômico e expectativas de cortes de juros influenciam o mercado financeiro.

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Bolsa de Valores atinge 161 mil pontos pela primeira vez; dólar registra queda com dados industriais

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SÃO PAULO, SP - A Bolsa de Valores brasileira alcançou um novo recorde de fechamento nesta terça-feira (2), ultrapassando a marca de 161 mil pontos pela primeira vez na sua história. O Ibovespa, índice que representa o desempenho das ações no país, subiu 1,50%, estabelecendo-se em 161.092 pontos, um novo patamar histórico também em termos de máximas intradiárias.

O movimento positivo do mercado foi impulsionado por um aumento no apetite ao risco, o que resultou na desvalorização do dólar, que caiu 0,53%, cotado a R$ 5,329.

Os investidores reagiram a dados que indicam um crescimento abaixo do esperado na produção industrial brasileira. De acordo com informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial cresceu apenas 0,1% em outubro em comparação a setembro, um resultado inferior à expectativa de 0,4% levantada em pesquisa da Reuters. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve uma queda de 0,5%, enquanto a previsão era de alta de 0,2%.

Analistas apontam que a alta da taxa básica de juros, atualmente em 15%, tem encarecido o crédito, limitando o crescimento do setor. Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, sugeriu que esses dados fracos da indústria contribuíram para o desempenho positivo da Bolsa, sinalizando uma desaceleração econômica que pode levar a cortes nos juros, possivelmente a partir do início de 2026.

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, também corroborou essa visão, destacando que os números confirmam um cenário de atividade econômica em queda e podem facilitar o início do ciclo de cortes de juros no primeiro trimestre de 2026.

O Banco Central já sinalizou uma intenção de manter a Selic em 15% por um período prolongado, mas houve declarações recentes que indicam uma expectativa de cortes futuros. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mencionou que o mercado de trabalho aquecido exige uma postura conservadora.

Além dos fatores internos, a volatilidade também é esperada devido ao cenário eleitoral, com pesquisas mostrando um empate técnico entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no segundo turno.

No exterior, as atenções permanecem voltadas para as expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos, que influenciam o mercado global. A ferramenta FedWatch, do CME Group, indica uma chance de 87,4% de que o Fed reduza a taxa de juros para 3,50% a 3,75% em dezembro.